Publicado originalmente em 21/02/2022, no site da UFU
Pessoas sedentárias e praticantes de atividades físicas respondem da mesma forma à vacina contra covid-19? Entre as alérgicas e não alérgicas, há diferença na produção de anticorpos após a vacinação? Em busca de respostas para essas perguntas, cientistas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), da Universidade Federal do Acre (Ufac) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) firmaram uma parceria e vão avaliar mais de 500 voluntários em Uberlândia.
“Existem indícios, já observados em pesquisas sobre influenza, de que os exercícios físicos podem melhorar a resposta à vacinação”, afirma o imunologista Rafael Resende, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Imunologia e Parasitologia Aplicadas (Ppipa/UFU) e à Fiocruz. Na UFU, os outros pesquisadores envolvidos no estudo são o professor Ernesto Akio Taketomi e os doutorandos Laura Ribeiro, Hellen Borges e Alessandro Sousa Correa, todos do Ppipa. Outra hipótese dos cientistas é de que os indivíduos que têm algum tipo de alergia também reagem à vacinação com a produção de mais anticorpos, quando comparados com quem não tem alergia.
O estudo já foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos (CEP/UFU). A próxima fase será a divulgação do formulário para que os interessados em ser voluntários possam se inscrever. Serão recrutadas 524 pessoas, de 18 a 60 anos. Além das informações fornecidas no questionário, os voluntários passarão por testes de força (handgrip e dinamômetro) no Laboratório de Alergia e Imunologia Clínica (Lalic/UFU).
Serão coletadas amostras de sangue desses voluntários, que passarão por análise na Fiocruz Minas, em Belo Horizonte. Os dados registrados sobre a prática de atividades físicas serão processados pelos pesquisadores da Ufac. Cada participante poderá solicitar os seus resultados individuais por e-mail.
O recrutamento de voluntários ainda não começou porque faltam os materiais para fazer os testes. “Nós vamos precisar de recursos financeiros. Acreditamos que a frente privada de Uberlândia e região pode nos ajudar nesse sentido. Houve uma limitação de recursos financeiros para pesquisa ao longo dos últimos anos, principalmente no contexto público”, diz Resende. Os interessados em apoiar financeiramente o projeto podem entrar em contato pelo e-mail lalic@icbim.ufu.br .
O levantamento será importante para fornecer dados para a pesquisa científica na área de covid-19 e aprimorar as próximas vacinações. “É um estudo regional. A pandemia trouxe devastação financeira para empresas da cidade, porém, apesar de elas terem sofrido com o fechamento do comércio, esse retorno ocorreu por meio da vacinação, que possibilitou a reabertura”, completa o imunologista.