Publicado originalmente em 26/04/2022, no site Portal Camaquã
O estudo coordenado pelo Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh/MEC), realizado em mais sete centros de pesquisa do país – dentre eles o Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE UFPel) – prorrogou o prazo para inscrições.
A pesquisa tem o objetivo de avaliar a efetividade a e segurança das vacinas Covid-19 distribuídas pelo Programa Nacional de Imunizações e que foram aplicadas em profissionais de saúde de instituições hospitalares. Todos os profissionais da saúde com vínculo ativo com instituições hospitalares ou demais unidades de saúde da rede de atenção à saúde municipal e estadual podem participar.
A pesquisa observacional busca avaliar na vida real a efetividade (existência de diagnóstico da doença pós-vacinação e sua gravidade), a segurança (desenvolvimento de reação adversa pós-vacinação), a imunogenicidade (resposta imunológica do indivíduo à vacina) e a vigilância genômica (monitoramento de variantes de preocupação do coronavírus). O monitoramento do participante será realizado presencialmente a cada três meses durante o período de até 24 meses após ter recebido a primeira dose do imunizante.
O estudo é financiado pelo Ministério da Saúde (MS), sendo considerado um dos maiores projetos de pesquisa liderados pelo HUB. A pesquisa está na fase de recrutamento de voluntários, com expectativa de chegar a 10 mil pessoas. Na primeira etapa de recrutamento local foram cadastrados apenas colaboradores do HE UFPel. Desde a ampliação do público, cerca de 20% do total de participantes do projeto é externo à instituição e é esperado que esse número dobre até o período final do recrutamento, em junho, como informa a pesquisadora da UFPel, Thaís Larré Oliveira.
Sobre o projeto
De acordo com o pesquisador coordenador do projeto junto ao HE-UFPel, Tiago Collares, este é um estudo comparativo sobre vacinas contra a COVID-19, realizado com sete hospitais da rede EBSERH de todo o Brasil, divididos por região.
Financiado pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), o estudo busca entender como funciona a efetividade, principalmente da combinação de vacinas, como por exemplo no caso de uma pessoa que toma a primeira e segunda dose de Coronavac ou Astrazeneca e a dose de reforço da Pfizer. Entendendo as combinações mais adequadas, o programa pode traçar futuras estratégias para a vacinação no país.
“O recrutamento total previsto é de até 11 mil profissionais para todo o país e esta é, até o momento, uma marca ainda distante de ser atingida. Devido a isso, foi solicitada uma ampliação da pesquisa, abrangendo profissionais da rede básica e de outros hospitais públicos e privados”, explicou o pesquisador.
“Até o momento todos os dados são preliminares, pois é preciso que todos os hospitais estejam avançados em suas pesquisas, processem seus dados para que possamos ter resultados concretos e assim entender melhor o comportamento vacinal da população, em especial dos trabalhadores da área da saúde”, destacou Collares.
Como funciona?
As equipes do projeto vão até locais como unidades da rede básica, hospitais públicos e privados e convidam profissionais para participarem do estudo. Ao aceitarem, os profissionais fazem um cadastro e agendam um dia de visita para irem até o HE UFPel (seja no prédio principal, localizado na Rua Prof. Araújo, 538 ou no Centro de Pesquisas Clínicas do HE junto ao Bloco 3, localizado na Rua Almirante Guilhobel, 221).
Eles são atendidos por outros profissionais de saúde que esclarecem os detalhes acerca do projeto, realizam a coleta de sangue e fazem uma entrevista. Ao longo do estudo, coletas de sangue são realizadas para avaliação imunológica, indo de três a seis, dependendo do estágio em que o profissional entrou na pesquisa.
As amostras de sangue são enviadas para a Universidade de Brasília (UnB), onde são processadas e é realizado o acompanhamento da produção de anticorpos neutralizantes contra a SARS-Cov2.
Em Pelotas, é armazenado um banco com o material biológico dos participantes junto ao Centro de Pesquisas Clínicas do HE, material esse que será acompanhado por até dois anos, observando possíveis casos de reinfecção e outros casos clínicos que os participantes possam ter.