Publicado originalmente em 31/01/2022, no site da UFMA
A crise provocada pela disseminação do novo coronavírus trouxe à luz pesquisas que já estavam em andamento, visto que o vírus não é desconhecido e já é objeto de estudo de pesquisadores do Brasil. Para explicar mais sobre as origens, não só do SARS-CoV-2, mas de todas as epidemias e pandemias já registradas, o portal Saúde Para Você convidou a professora e pesquisadora Margareth Dalcolmo para ministrar um webinário com a temática “Covid-19: Atualidade e Perspectiva”.
A temática é destaque quando o Brasil, líder mundial de vacinação, volta a registrar altos índices de contágio e de óbitos, voltando a níveis antes do início da imunização em massa e das medidas de relaxamento das atividades econômicas e das medidas de proteção individual. Nos últimos dados fornecidos pelo Consórcio de Veículos de Imprensa na quinta, 27 de janeiro, a média de casos subiu mais de 201%, com 169.786 novos casos em todo o país.
Na transmissão, disponível no portal e no Canal Institucional da UFMA no Youtube, a pneumologista disserta sobre a história das epidemias assimilando à história da humanidade, explicando os princípios da história do coronavírus e suas variantes, que foram descobertas ao longo de anos de pesquisa e com ajuda das várias epidemias registradas ao longo do tempo. Margareth lembrou que na história dessas epidemias, as medidas não-farmacológicas, como usar máscara, isolamento, lavar as mãos e o distanciamento social, além do uso de produtos sanitizantes, ajudaram a evitar o contágio e neutralizar a reprodução do vírus.
A pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz lembrou da epidemia de MERS, a Síndrome Respiratória do Oriente Médio, que é uma espécie do coronavírus e que já provocou uma onda de casos na região que intitula a doença, entre os anos de 2012 e 2015, e que a origem dessas “coronaviroses”, conforme mencionou, é a quebra da barreira entre as convivências entre o homem e animal, aproximando as relações entre os dois e proporcionando que as viroses neutralizadas em ambiente natural sejam expandidas para o ambiente humano.
As pesquisas que investigaram não só o SARS-CoV-2, o vírus que provocou a crise sanitária mundial, como também outras cepas do coronavírus ao longo dos anos permitiram acelerar o processo de desenvolvimento das vacinas e dos medicamentos usados no tratamento da doença. Dalcomo afirma que o processo de desenvolvimento de vacinas para o coronavírus ficou mais fácil porque a pesquisa para a criação de imunobiológicos para outras doenças, também respiratórias e inflamatórias, já estava em curso. Isso também com os medicamentos, com componentes naturais, durante o processo de investigação dos sintomas da doença.
A comunidade científica brasileira também é destaque nas considerações da pneumologista. “A comunidade acadêmica brasileira foi desde o início, apesar de todas as adversidades que encontramos, ativa e pujante. O Brasil é o 10º país em publicações científicas indexadas, revisadas por pares, em revistas de boa qualidade”, destacou.
Nas considerações finais, Dalcomo lembrou dos impactos nos sistemas público e privado de saúde, ressaltando a experiência como fator de aprimoramento de atendimento em massa, nos medicamentos antivirais, o progresso de desenvolvimento e oferta das vacinas que já estão no mercado, além dos métodos de testagem em massa e notificação aos órgãos competentes para métricas das medidas de controle de disseminação às novas cepas do coronavírus.
O reitor Natalino Salgado, ao agradecer a disponibilidade da palestrante, pontuou sobre a eficiência da professora ao apresentar argumentos e evidências acerca não só da história, mas da investigação biológica e médica do coronavírus, estimulando um debate denso sobre a prevenção e o tratamento de uma doença que infelizmente, tem ceifado milhares de vidas.
No espaço para as perguntas, com questionamento do vice-reitor da UFMA, Marcos Fábio Belo Matos, sobre a postura das instituições de ensino superior no combate à pandemia, a docente lembrou sobre o processo de desenvolvimento e testagem das vacinas no Brasil, que contou com a participação de várias universidades federais, acrescentando sobre o processo de testagem e de criação de novas tecnologias para o diagnóstico da doença.
Para quem se interessar no conteúdo, a gravação está disponível no Canal Institucional da UFMA no Youtube: